Todo e qualquer ser humano tem algo em comum: o desejo de ser feliz. Tudo o que ele faz está relacionado à busca da satisfação deste desejo. A pessoa está sempre focada na felicidade e ela não fará de bom grado nada que implique em se desviar do foco.
Mas o que é felicidade? Para que se possa criar condições onde a felicidade seja uma realidade é preciso uma definição para felicidade que nos possibilite a auto-análise, a análise do próximo, do ambiente ou da situação e, conseqüentemente, a tomada de decisões adequadas. O conceito adotado foi desenvolvido considerando que:
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O destino do ser humano é a evolução. Todo o universo está em constante evolução e o ser humano não é uma exceção.
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Não existe uma realidade absoluta comum a todos. A realidade é relativa, depende do observador e do contexto. É preciso aprender a se ver, a ver o mundo e a interagir com ele.
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Para entender o ser humano é preciso considerar as suas diversas facetas:
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Homem material – o seu foco é a sobrevivência e a sua expressão é o instinto.
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Homem racional – o seu foco é o sentido para as ações e a sua expressão é o motivo.
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Homem espiritual – o seu foco é a perfeição espiritual e a sua expressão é a intuição.
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Homem emocional – o seu foco é a felicidade e a sua expressão são as emoções e os sentimentos do ser humano.
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Homem camaleão – o seu foco é a facilidade e a sua expressão é um personagem.
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4. Para que o destino se cumpra o homem foi criado comnecessidades, as quais, consciente ou inconscientemente, busca atender durante toda a sua vida promovendo assim a sua evolução:
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Liberdade e Segurança – são as necessidades mais básicas do homem e ele busca atender as demais necessidades sem que haja o comprometimento delas;
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Ter – o homem busca ter tudo aquilo que lhe garanta uma sobrevivência mais satisfatória;
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Ser – o homem busca a evolução do Eu, a auto-estima, a sabedoria e a transcendência.
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Amar – o homem busca a evolução espiritual, o desapego do Eu, e se doa ao próximo e à natureza.
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Competição – o indivíduo mais primitivo é essencialmente competitivo, ele se comporta como quem luta com o próximo pela sobrevivência, mesmo quando esta não está em jogo;
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Cooperação – com a evolução o indivíduo percebe que obtém melhores resultados com a cooperação com outros que tenham os mesmos interesses;
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Doação – nesta etapa mais avançada do processo evolutivo o indivíduo busca o bem do próximo, o bem coletivo.
1ª Fase 2ª Fase 3ª Fase
Material Racional Espiritual
Indivíduo Grupo Todo
Ter Ser Amar
Competição Cooperação Doação
7. A imperfeição é apenas uma faceta do livre arbítrio. O mundo como criação é perfeito e a felicidade, conseqüentemente, está ao alcance de qualquer um, independentemente do estágio de sua evolução.
A vida do ser humano é uma caminhada solitária e finita, por uma estrada infinita, ao longo da qual vão se sucedendo as oportunidades para a satisfação de suas necessidades.
Felicidade é o estado de satisfação do indivíduo com a sua evolução ou, em outras palavras, com o atendimento das suas necessidades de Segurança, Liberdade, Ter, Ser e Amar. Em qualquer situação, para que haja condições para ser feliz basta o indivíduo reduzir os seus desejospara um patamar compatível com a capacidade real de atendê-los com ações de sua própria iniciativa, sem depender do próximo.
Na evolução rumo à perfeição está o sentido da vida, a razão de existir do ser humano. O destino de cada pessoa é promover a própria evolução e a do ser humano como espécie e, em decorrência do livre arbítrio, cabe a ela decidir como esta evolução se dará.
Comportamento - toda ação humana é contextual e egoística.
Motivar é ajudar o ser humano na sua busca pela felicidade, é facilitar a sua caminhada nesta busca, é desenvolver razões e interesses comuns ao indivíduo e ao próximo, à família, à sociedade, ao empregador, etc..
FINITUDE HUMANA E ENSINO RELIGIOSO
INTRODUÇÃO
A finitude humana (ou morte) é um tema bastante complexo, negado pela cultura e pela sociedade de consumo, pouco investigado e pouco descrito em textos acadêmicos. Acreditamos que esse nosso artigo poderá contribuir para o aprofundamento da questão, relacionando-o com as diversas possibilidades metodológicas de abordá-lo nas aulas de Ensino Religioso. Além disso, vamos abordá-lo levando em conta as quatro matrizes religiosas que estão presentes em nossa formação sócio-cultural religiosa, que são a africana, a indígena, a oriental e a semita.
O assunto “morte” está presente nas discussões sobre a assistência e promoção da saúde, mas é um tema proibido no interior das famílias e nas rodas de amigos. Ela é vista como fracasso, incapacidade ou incompetência dos médicos e profissionais de saúde, mas na verdade é a consciência da própria morte que nos humaniza. Por isso, o Ensino Religioso não poderia deixar de abordar essa temática de frente, sobretudo dando elementos didático-pedagógicos que valorizem a sua forma metodológica. A morte é um desses assuntos que se liga por sua própria natureza à religião, à religiosidade e à espiritualidade. O ser humano diante da finitude se pergunta pelo sentido da vida, porque nascemos, vivemos e teremos que passar necessariamente pela morte. E depois dela, o que haverá? Como veremos, nem todas as religiões estão preocupadas com essa vida após a morte, ou a doutrina de algumas religiosidades ensina uma vida noutra dimensão. O certo é que todas as religiões, sem exceção, defendem a vida como algo sagrado, intocável por sua própria natureza.
ATIVIDADES
1 O que é descobrir o sentido da vida?
2 O que é finitude humana?
3 O tema apresenta cinco facetas de tipos de homem. Quais delas foce se identifica mais?
4 Qual é o sentido da vida para você?
5 Por que a nossa cultura tenta negar ou esconder a morte?
6 Como veremos, nem todas as religiões estão preocupadas com essa vida após a morte. Como sua religião ou família vê o sentido da vida e o que acontecerá com as pessoas depois da morte?